Um vírus de origem desconhecida está causando alarme na Rússia, deixando pacientes com sintomas graves como febre alta, fraqueza extrema, tosse intensa com sangue e até casos de internações prolongadas. Apesar das crescentes denúncias em redes sociais, reportagens locais e canais independentes de comunicação, as autoridades de saúde russas ainda não reconhecem oficialmente a existência de um novo patógeno.
A agência de vigilância sanitária Rospotrebnadzor afirma que “não há evidências de um novo ou não identificado vírus circulando no território da Federação Russa”, classificando os casos como infecções respiratórias agudas (ARVI) de origem não especificada.
Sintomas relatados: quando a gripe comum não é tão comum
Segundo relatos compilados por mídias internacionais como Kalinga TV, Mail Online, Express, Türkiye Today e MSN, os sintomas do vírus misterioso vão muito além dos de uma gripe comum:
Fraqueza muscular intensa
Febre persistente, chegando a 39°C
Tosse com sangue
Cansaço extremo, dificultando a locomoção
Sintomas prolongados, muitas vezes resistentes a antibióticos
Em grupos do Telegram russos, como o canal SHOT, pacientes relatam agravamento do quadro entre o terceiro e o quinto dia, com testes negativos para Covid-19 e gripe. Ainda assim, médicos estariam registrando esses casos como ARVI, dificultando o rastreamento oficial.
Hipóteses médicas: possível ligação com pneumonia por Mycoplasma
Alguns especialistas levantam a possibilidade de que os sintomas estejam relacionados à pneumonia por Mycoplasma (Mycoplasma pneumoniae), conhecida como “pneumonia ambulante”. Esse tipo de infecção bacteriana, que também causou um surto nos EUA no final de 2023, pode afetar tanto adultos quanto crianças, e apresenta sintomas semelhantes, embora menos letais.
Contudo, até o momento, não há confirmação oficial de que o novo surto esteja ligado a essa bactéria.
“Ainda é cedo para afirmar qual é a origem do surto, mas o número de casos e relatos alarmantes merece atenção urgente”, alertam médicos ouvidos pela imprensa local.
Falta de transparência e impacto no sistema de saúde russo
A crescente preocupação é intensificada pela ausência de dados oficiais sobre o número de casos e internações. Até agora, o governo russo não divulgou estatísticas públicas sobre o surto, mesmo diante da pressão de médicos e da população.
Segundo o jornal britânico Express, o cenário atual é agravado pelo enfraquecimento do sistema de saúde russo, com fechamento de hospitais, escassez de profissionais e realocação de recursos para a guerra na Ucrânia.
Mais de 160 hospitais fechados nos últimos meses
Falta de leitos e equipamentos
Profissionais redirecionados para a linha de frente militar
Essa precariedade estrutural deixa a população mais vulnerável a surtos e limita as respostas de emergência diante de novos agentes infecciosos.
Relatos pessoais: o drama de quem adoeceu
Uma paciente identificada como Alexandra, em postagens compartilhadas no Telegram, contou que após cinco dias de febre alta e fraqueza, começou a cuspir sangue ao tossir. Mesmo com antibióticos, os sintomas persistiram por semanas. Seus exames para Covid-19 e gripe deram negativo, e os médicos disseram estar atendendo diversos casos semelhantes.
Outros pacientes relataram condições similares em várias cidades russas, o que levanta a suspeita de que o surto seja nacional, e não isolado.
O que se sabe até agora: resumo da situação
Origem do vírus: desconhecida
Classificação médica atual: infecção respiratória aguda de origem não especificada (ARVI)
Casos registrados: sem dados oficiais divulgados
Transmissão: sintomas similares ao Covid-19, mas com agravamento mais rápido e grave
Cidades afetadas: múltiplas regiões da Rússia, segundo relatos em redes sociais
Respostas do governo: negação da existência de novo vírus
Situação hospitalar: crítica, com escassez de recursos e profissionais
População em alerta, respostas aguardadas
Embora o governo russo negue a presença de um novo vírus, o aumento nos relatos e sintomas atípicos levanta sérias preocupações de saúde pública. A situação ainda carece de transparência e investigação aprofundada. Sem dados concretos, o surto permanece envolto em mistério — e pode representar um novo desafio epidemiológico global.
Enquanto isso, especialistas pedem cautela e atenção aos sintomas, especialmente entre crianças, idosos e imunossuprimidos. A comunicação internacional e a vigilância médica devem ser reforçadas para evitar que o fenômeno tome proporções maiores sem controle.
