O mais “novo” flashback a conquistar o público novamente é “Take On Me”, clássico dos anos 80 da banda A-ha. A canção voltou aos holofotes ao embalar cenas marcantes do seriado Adolescência, disponível nas plataformas de streaming. Além das faixas originais da trama, a inclusão desse hit nostálgico trouxe uma camada emocional e retrô que ressoou com fãs de todas as idades — e, claro, reacendeu o interesse pela música nas redes sociais e nas plataformas de áudio.
Essa tendência vem se repetindo nos últimos anos: músicas antigas voltando às paradas de sucesso graças a seriados atuais, num fenômeno que une gerações e reforça o poder da trilha sonora como elemento narrativo e cultural.

“Take Me Home”, de Phil Collins, dá o tom ao novo trailer de Doctor Who
Outro exemplo recente vem diretamente do universo sci-fi. No trailer da nova temporada de Doctor Who, com estreia marcada para 12 de abril no Disney+, a música escolhida para embalar a jornada do Doutor (vivido por Ncuti Gatwa) e sua nova companion, Belinda Chandra (Varada Sethu), foi a intensa e melódica “Take Me Home”, de Phil Collins.
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Lançada em 1985, a faixa ganhou uma nova camada de significado ao acompanhar os personagens atravessando mundos e tentando retornar para casa. O resultado? Milhões de visualizações no trailer e picos de streaming do clássico nas plataformas digitais.
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Outros flashbacks que ressurgiram por causa de séries
A conexão emocional que as séries criam com músicas antigas tem sido uma poderosa ferramenta de narrativa e marketing. Confira alguns exemplos marcantes:
“Long, Long Time” – Linda Ronstadt (em The Last of Us)
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“Bloody Mary” – Lady Gaga (em Wandinha)
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“Please Don’t Go” – KC & The Sunshine Band (em Dahmer: Um Canibal Americano)
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“What’s Up” – 4 Non Blondes (em Sense8)
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“Don’t Stop Believin’” – Journey (em Glee)
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“Bella Ciao” – canção tradicional italiana (em La Casa de Papel)
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“Running Up That Hill” – Kate Bush (em Stranger Things) — talvez o caso mais icônico, com a música voltando ao Top 10 global quase 40 anos após seu lançamento.
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O impacto da nostalgia musical na cultura pop
Essas escolhas de trilha não são apenas artísticas — são estratégias conscientes que utilizam a nostalgia como gatilho emocional. Ao trazer músicas de décadas passadas para o centro da cultura pop atual, as séries criam um elo entre público e narrativa, além de reviverem discografias inteiras que estavam fora dos holofotes.
Para os artistas, isso representa um renascimento digital: aumento nas execuções em plataformas de streaming, novos contratos e uma legião de jovens fãs descobrindo clássicos como se fossem novidades.
A trilha sonora como motor de engajamento
No TikTok, Reels e YouTube Shorts, essas faixas muitas vezes se tornam trilhas virais, gerando desafios, edições e conteúdos que contribuem ainda mais para sua popularização. A cultura digital tem dado nova vida a hits esquecidos, e isso impacta até as paradas da Billboard e Spotify Global.
Assista a baixo o icônimo videoclipe do sucesso “Take On Me” da banda A-ha.
Lançado em 1985, o video revolucionou a indústria musical e se tornou um marco cultural dos anos 80. Dirigido por Steve Barron, o clipe mistura filmagens em live-action com animação em rotoscopia, uma técnica inovadora para a época. A história acompanha uma jovem que, ao folhear uma revista em uma cafeteria, é literalmente puxada para dentro do universo em quadrinhos onde vive o vocalista Morten Harket. Juntos, eles enfrentam perseguições e obstáculos para escapar de volta ao mundo real. O clipe foi um sucesso estrondoso, responsável por impulsionar o single às paradas internacionais e garantir ao A-ha nove prêmios no MTV Video Music Awards de 1986. Até hoje, “Take On Me” é lembrado não apenas pelo seu refrão inesquecível, mas também por seu videoclipe inovador, que elevou o padrão das produções visuais na música pop:
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